quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

FOME DE CULTURA // POESIA



De onde vem a cidade

quando passeio à noite pela cidade recolhida em íntimo silencio,
olho admirado as ruas e as árvores
e interrogo enigmático
sobre os olhos cerrados dos homens citadinos
o serem
eles o sentido disto tudo.
E
penso nas formosas flores públicas plantadas para todos,
penso na janela clara aberta sobre o mar,
nas
avenidas livres fechando junto ao céu....
então maciamente vou,
espantado de
estar na vida a ser um homem
e a
cumprir o tempo de ser grande,
descerrar as pálpebras descidas dos humanos irmãos emparedadas
e mostrar-lhes
porque existem avenidas,
de
onde vêm as casas e as fábricas
e
porquê quando rente à madrugada
um pássaro cantando entre o cimento e as flores
na
tenra primavera da cidade

EDUARDO VALENTE DA FONSECA

1 comentário:

Pedro Penilo disse...

Um abraço, amigo Cid. Até breve.