domingo, 11 de agosto de 2013

TECELÕES DA SILÉSIA - HEINRICH HEINE

TECELÕES DA SILÉSIA

Sem lágrimas em teares que tremem
tecemos e batemos os
dentes.
Alemanha, tecemos nesta
ocasião
aqui a tua mortalha e a tríplice maldição
Tecemos. Tecemos.

Maldição ao Deus falso, ao qual rezamos
enquanto o frio e a fome agüentamos.
Em vão confiamos e esperamos;
tem fraudado, mentido e enganado.
Tecemos. Tecemos.

Maldição ao rei o rei dos ricos,
o
monstro que traga os peixes pequenos;
que nos oprime, explora e tonsura
e,
como aos cães, nos fuzila.
Tecemos. Tecemos.

Maldição à Pátria falsa e funesta,
que à vergonha se presta,
que a toda flor precocemente esmaga,
e ao
verme alimenta em podridão nefasta.
Tecemos. Tecemos.

Voa a
lançadeira e treme o tear.
Tecemos
com dedicação sem cessar.
Alemanha de
ontem, nesta ocasião,
eis a tua mortalha e a tríplice maldição.
Tecemos. Tecemos.

HEINRICH HEINE

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