sábado, 14 de março de 2015

Onde nem tudo o que luz é oiro - Eduardo Valente da Fonseca



Onde nem tudo o que luz é oiro

Somos talvez até um país rico,
e tivemos Camões, e tivemos Pessoa e o Infante,
mas a beleza está nos escombros,
e atola-se na areia e morre sem nos ver.
porque se eu abro a minha mão à noite
e nela só vejo as linhas do destino,
de que me vale a história do meu povo?
Sim, é possível que a profética rosa do oriente
ainda venha pelo rio da primavera
ancorar na solidão imensa deste cais.
Eduardo Valente da Fonseca

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